Continuando com as dicas...
Sem neuras
15 - Comer é um processo instintivo. O organismo regula a quantidade de energia que precisa por dia; se a criança não comer nada no almoço, por exemplo, ela acabará compensando nas outras refeições. Portanto, respire fundo e espere até seu filho ter fome.
16 - Nenhum alimento é insubstituível. Seu filho não come cenoura? Ofereça abóbora, mamão ou outros vegetais amarelos e alaranjados, e as fontes de vitamina A estão garantidas. E ele nem precisa comer esses alimentos todo dia, porque o organismo estoca a vitamina A.
17 - A mesma idéia vale para qualquer grupo de nutrientes ou micronutrientes (vitaminas e sais minerais). O ideal é equilibrar todos os grupos em uma refeição, mas não se preocupe se seu filho passar mais de um dia sem comer algum tipo de nutriente. Espere por até uma semana e é provável que ele busque naturalmente alimentos que reponham sua necessidade.
18 - A partir dos 4 ou 5 anos, é normal a criança não querer tomar leite. Geneticamente, algumas populações (como as de origem mediterrânea e africana) têm mais dificuldade de digerir o leite (por causa da lactose), mas isso não ocorre com iogurte, queijos etc. E estes últimos podem fornecer todo a cálcio e a vitamina D que a criança precisa.
19 - Comida não é remédio. Qualquer pessoa pode passar a vida inteira sem tocar um bife de fígado. As necessidades normais de ferro são supridas se a criança comer proteína animal e frutas regularmente - as frutas fornecem vitaminas que ajudam na absorção de ferro.
Sem chance
20 - Não sirva no jantar o mesmo cardápio do almoço. Se for reaproveitar os pratos, reinvente as combinações.
21 - Não "ajude" a criança a finalizar o prato. Cada um come aquilo que está no seu próprio prato, a quantidade que achar necessária.
22 - "Raspar" o prato não é uma coisa linda, obrigatória, nem necessariamente desejável. Não obrigue seu filho a isso.
23 - Não faça ameaças de nenhum tipo, como dizer para seu filho que, se ele não comer, ficará doente e terá de ir ao médico. Aliás, quando a criança está doente mesmo, não a obrigue a comer. Mantenha a tranqüilidade e espere até ela sentir fome (isso é um sinal de que ela está se recuperando).
24 - Premiar quem come tudo também não é uma boa prática. É comum os adultos sugerirem que a criança deve comer os legumes, por exemplo, para poder ter a sobremesa. Nenhuma parte da refeição é um prêmio, cada uma tem a sua função, porção e lugar.
25 - O lanche também tem sua função, mas na dose, hora e lugar certo. Não compense no lanche o pouco que seu filho comeu no almoço. O máximo que vai acontecer é ele ficar com mais fome até a hora do jantar e, na melhor hipótese, comerá bem.
Fontes: FABIO ANCONA LOPEZ, professor de nutrologia do departamento de pediatria da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e presidente do departamento de nutrologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo; MARIA LUIZA CTENAS, nutricionista e autora de "Crescendo com Saúde" (ed. C2); BETTY KÖVESI MATHIAS, professora de culinária e proprietária da Escola Wilma Kövesi; RENATA BRAUNE, chef do restaurante Chef Rouge; BRANCA SISTER, autora de "Socorro, Meu filho Não quer Comer" (ed. Campus Elsevier).
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
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